Vereador defende monitoramento e atuação nas áreas mais afetadas
Um projeto de lei do vereador Armando
Marins apresentado, na última semana, no legislativo municipal, tem como
objetivo inverter a realidade assustadora de uma geração entregue a substâncias
capazes de tomar-lhe não só a consciência, mas a dignidade. A proposta é criar
comissões de saúde especializadas em usuários de droga, especialmente o crack,
para atendimento no município. A prefeitura ainda teria que realizar um
trabalho de monitoramento, além de reduzir os danos nos locais mais afetados,
principalmente as cracolândias.
Para isso, o poder executivo terá que desenvolver e
disponibilizar banco de dados de atendimento. O acervo deverá conter
informações científicas atualizadas, para auxiliar o planejamento e avaliação
das práticas de tratamento, recuperação, redução de danos, reinserção social e
ocupacional sob a responsabilidade de órgãos públicos, privados ou organizações
não governamentais.
A criação das comissões seria feita pelo
poder executivo, através da Secretaria Municipal de Saúde, Assistência Social e
Defesa Civil. Elas seriam formadas por psicólogos, médicos especializados e
assistentes sociais, que atenderão vítimas de drogas em geral em todas as
unidades médicas municipais, em regime de emergência. Caberá ao grupo a
elaboração de laudos e encaminhamento para tratamento em clínicas
especializadas, sob a administração da comissão.
Os portadores de necessidades especiais
somente receberão alta médica mediante a localização de familiar responsável. Crianças
e adolescentes cujos familiares não forem localizados por ocasião da alta
médica, serão apresentados aos conselhos tutelares.
“Nenhum
paciente usuário viciado em substancias que causem dependência física ou
psíquica será privado de sua liberdade sem seu consentimento, salvo se, por
recomendação médica expressa, tiver que permanecer em tratamento em clínica
especializada”, destacou o vereador.
Dizer a essas pessoas que o uso de
drogas é um erro, infelizmente não é suficiente para que elas tenham destinos diferentes,
segundo Armando Marins. O parlamentar defende uma mobilização social para mudar
esse quadro de degradação humana.
“Queremos envolver vários órgãos da
sociedade e promover amplo debate em todas as áreas do conhecimento, visando
criar oportunidades para que as vítimas possam reescrever suas próprias histórias
com apoio e oportunidades para o exercício pleno da cidadania”.
Crianças e adolescentes
Os menores de idade são um dos focos
principais do projeto de lei. Os pacientes crianças e adolescentes serão obrigatoriamente
encaminhados aos conselhos tutelares para serem inseridos em programa de
orientação e apoio existentes, e seus pais deverão ser inseridos em igual
tratamento. O texto estabelece ainda que a Secretaria Municipal de Educação
crie campanhas permanentes nas escolas, buscando instruir os alunos sobre os
malefícios das drogas e abordando os danos à saúde e suas consequências para a
sociedade.
O órgão ainda terá que promover nas escolas do município amplo debate com
professores, alunos e familiares sobre os malefícios do uso e abuso de drogas,
em especial o crack, garantindo aos alunos, pais, educadores e outros agentes
sociais o acesso continuado através de cursos de capacitação para os
professores, educadores das entidades de atendimento e conselheiros tutelares.
“Vamos formar multiplicadores em
atividades relacionadas à redução de danos, visando um maior envolvimento da
comunidade com essa estratégia, especialmente as crianças”, explica o vereador,
presidente da Comissão de Direitos e Defesa da Criança e do Adolescente.
Projeto cria comissões especializadas em usuários de droga
Reviewed by
Dr. Armando Marins
on
14:20:00
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